terça-feira, 20 de julho de 2010

O Pássaro das Plumas de Cristal (L’Uccello dalle Piume di Cristallo)



Antes de começar a falar sobre o filme em questão, cabe uma pequena introdução.
O Pássaro das Plumas de Cristal é o primeiro filme dirigido pelo italiano Dario Argento, expoente máximo dos filmes denominados Giallo, suspenses italianos que ganharam esse nome em homenagem a uma série de pulps de capa amarela (amarelo é giallo em italiano) publicados na terra da pizza.


Todo giallo que se preze possui assassino(a)s cruéis com distúrbios sexuais (ou traumas de infância) que adoram brincar de gato e ratos com suas vítimas e as eliminam das maneiras mais violentas possíveis e imagináveis, sempre usando suas indefectíveis luvas de couro preto.
Eu, é claro, não resisti e tive que conseguir minha própria luva-de-couro-preto-no-melhor-estilo-giallo:
 As cenas de assassinato são extremamente gráficas, não poupando o espectador de closes sangrentos: São facadas, machadadas, decapitações, empalamentos, eviscerações, cuteladas, mutilações, tiros e afins mostrados de maneira crua e realista, sem concessões. Grafismo puro!

Agora que já fiz essa breve e resumida apresentação do gênero, vamos ao filme em questão.
Sam Dalmas é um escritor americano radicado na Itália que para conseguir uma grana para voltar para casa envolve-se no projeto de um livro sobre pássaros. 
Terminado o trabalho, com seu pagamento em mãos, ele volta tranquilamente para casa não vendo a hora de pegar seu vôo de volta para os Estados Unidos. 
O que Sam não previa é que justamente naquela noite seria testemunha do ataque a uma bela mulher por uma figura toda vestida de preto, no interior de uma galeria de arte. 
A polícia italiana apreende seu passaporte por ele ser a única testemunha de uma tentativa de assassinato perpetuada por um serial killer que vem aterrorizando a cidade, o inspetor chefe cisma que ele viu mais do que se lembra e ele mesmo sabe que há um algo além na cena que presenciou, embora não saiba exatamente o que venha a ser. 
Para piorar, o assassino passa a tentar eliminar Sam, que antes de engordar a lista de vítimas da figura de preto resolve investigar o crime por conta própria.
É durante essa investigação que Dario Argento nos brinda com dois personagens engraçadíssimos: Um informante paranóico e um pintor maluco. As cenas com esses dois são o alívio cômico do filme, um lado do diretor que só apareceu nos seus primeiros trabalhos e não chega a fazer falta quando ele está realmente inspirado (vide Sleepless).
No fim das contas a identidade do assassino não chega a ser uma surpresa total. 
Quem já está familiarizado com o estilo do diretor e conhece mais alguns de seus trabalhos (por exemplo Trauma ou Prelúdio para Matar) adivinha logo o que está acontecendo. 
O estilo do diretor é único e sua mão na direção é pesada. Se você não entende bulhufas o que alguém quer dizer quando fala que a mão desse ou daquele diretor é pesada, assista a alguns filmes do Dario Argento (tente Suspiria, mas não espere gostar logo de cara) que vai entender. Funcionou comigo...
O Pássaro das Plumas de Cristal é o primeiro da triologia dos bichos (sem ligação nenhuma uns com os outros, apenas possuem nomes de animais no título). Depois dele vieram Quatro Moscas no Veludo Cinza e O Gato de Nove Caldas, também excelentes giallos.
O trailer:
Infelizmente os filmes mais recentes de Argento (sim, ele ainda está em atividade) passam longe da qualidade dos mais antigos. Eu fico imaginando a obra prima que teria sido se ele, em sua melhor forma, tivesse dirigido Hannibal no lugar de Ridley Scott. Deixando o "SE" de lado e colocando os pés no chão, o próximo trabalho confirmado do diretor é esse:



Já estou de dedos cruzados!

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